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Como? (Quando?
Onde?)
Escolhas
Expondo aos alunos
o conjunto de vinte reproduções com obras de artistas
presentes na XXIV Bienal de São Paulo1, integrantes
deste conjunto de Materiais de Apoio Educativo para o trabalho do professor
com arte, propor a eles que escolham três destas imagens.
Conforme
o tamanho da classe, pode ser adequado dividi-la em grupos de cinco
a oito estudantes, todos trabalhando a partir do mesmo conjunto de imagens.
A
partir dessa primeira escolha, feita sem qualquer orientação
do professor quanto a possíveis critérios de seleção,
pedir aos alunos que escrevam os motivos pelos quais optaram por estas
obras. É importante criar condições para que se
expressem da mesma forma que no momento da escolha, expondo os diversos
tipos de critérios que adotaram, sejam esses relacionados a aspectos
formais das imagens, aos temas, ao conhecimento do artista, a questões
mais subjetivas etc.
Solicitar
que voltem a observar as três reproduções e que
anotem as semelhanças e diferenças que perceberem entre
elas.
Pedir
a todos os grupos que cada um de seus integrantes desenhe ou pinte uma
nova imagem que possa ser incluída no conjunto das três
que selecionaram inicialmente, de acordo com seus próprios critérios.
Utilize qualquer tipo de material e de suporte a que tenha acesso em
sua escola.
Uma
vez terminada esta etapa, pedir a cada grupo que: indique para a classe
as três obras que escolheram; expliquem quais os motivos dessa
seleção; apontem as semelhanças e diferenças
que perceberam; exponham e comentem as imagens que criaram. A partir
da exposição de cada grupo, o professor pode organizar
uma discussão com toda a classe, explorando os diferentes critérios
de seleção que surgirem nas falas de cada equipe e procurando
conduzir a atenção dos alunos para o enriquecimento das
formas de olhar para o conjunto de obras de cada seleção
e para a percepção dos diferentes critérios apontados
diante do conjunto de imagens.
Essa
experiência permite introduzir o conceito de curadoria2:
por trás de cada exposição existem pessoas que
selecionam e organizam as obras, as imagens e os textos que vemos expostos
de acordo com seus critérios. Cada exposição conta
uma história, e as formas como os diversos elementos que compõem
uma mostra são articulados estabelecem possibilidades de caminhos
de compreensão do conjunto do material exposto. Nesse sentido,
o papel do curador em relação à exposição
assemelha-se ao do editor de um livro, ao do diretor de um filme ou
ao do regente de uma orquestra.
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1.
XXIV Bienal de São Paulo
Esta Bienal, sob direção curatorial do curador-chefe
Paulo Herkenhoff e do curador-adjunto Adriano Pedrosa, está
estruturada em quatro segmentos: Núcleo histórico,
"Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros.
Roteiros.", Representações nacionais e Arte contemporânea
brasileira.
Angélica de Moraes entrevista Paulo Herkenhoff: "O partido
curatorial que estou propondo para a montagem é o de evitar
fronteiras. Evitar salas separadas, espaços nacionais. Não
queremos reproduzir um diagrama de fronteiras geográficas
quando é a estrutura da obra que precisa ser destacada. Vamos
manter o espaço da mostra aberto o máximo possível.
(...) Vamos misturar obras deste e de diversos outros séculos.
Tudo isso sob uma óptica brasileira. O tema da antropofagia
é importante para a formação do Brasil e nos
permite indagar sobre nossos precedentes na História da arte,
quais são nossos paralelos e diferenças. (...) Estamos
fazendo uma exposição histórica com significado
para o presente. Isso tudo dentro da perspectiva do historiador
italiano Giulio Carlo Argan, segundo o qual não se faz História
sem crítica e não há cisão no tempo
da História".
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Núcleo
Histórico:
seu foco central surge a partir de uma busca por um momento especial
e específico na História da cultura brasileira. Esse
momento é o da Antropofagia. O Núcleo Histórico
da XXIV Bienal propõe uma série de histórias
de canibalismos, articulando diversas exposições individuais
e coletivas. |
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2.
Curadoria
Paulo Herkenhoff comenta sua articulação
do trabalho com diversos curadores para Angélica de Moraes:
"A XXIV Bienal está buscando mostrar a arte feita fora
do centro, que é menos vista e analisada. (...) É
importante olhar o periférico. Há alguma razão
para estar à margem. (...) As representações
nacionais são uma tradição da Bienal. Ela garantiu
a São Paulo uma visão muito ampla da produção
do mundo, talvez mais até do que a Bienal de Veneza. São
Paulo conheceu artistas que são importantes, mas não
circulam por pertencerem a países sem força política.
(...) Quando escolhi os curadores do segmento europeu de Roteiros
(panorama de arte contemporânea), eu já tinha definido
claramente que não queria olhares centrais, hegemônicos.
(...) Escolhi o belga Bart de Baere e a finlandesa Maareta Jaukkuri,
profissionais que olham o periférico com muita atenção.
(...) Trabalhamos para criar diversos níveis de leitura para
a XXIV Bienal. Espero que essa exposição interesse
tanto às crianças das escolas públicas de ensino
fundamental e médio quanto aos doutores da USP. Espero, também,
que o fato de gostar e não gostar seja subalterno ao por
que estão ou não estão bem apresentados os
argumentos curatoriais. Isso sim, é autêntico diálogo".
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Paulo
Herkenhoff:
segundo A. de Moraes, "crítico de arte, administrador
cultural e curador independente. Fazia arte conceitual nos anos 70,
um tipo de arte que exige bom domínio dos conteúdos
metafóricos e simbólicos que a imagem pode carregar.
Suas análises buscam articular largas fatias de tempo, modo
como pensa e realiza a XXIV Bienal, toda costurada pelo fio da História
e da estética". |
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Projeto de pesquisa
As três obras
escolhidas para cada grupo, seus critérios de seleção,
suas comparações e as primeiras imagens que desenharam podem
ser tomados como o princípio de um projeto de pesquisa, em que
cada equipe procurará recolher em revistas, jornais, bibliotecas
ou qualquer outra fonte de informação disponível
referências de novas imagens ou novos textos que possam ser relacionados
e integrados a este primeiro conjunto de elementos.
Este
projeto pode ser finalizado com a produção de um caderno
ou de um painel para ser exposto na classe pelos grupos, em que estudarão,
sob a orientação do professor, diferentes maneiras de organizar
o material que selecionaram, eventualmente dispensando elementos que sejam
secundários em relação ao todo.
Durante
a exibição dos cadernos ou painéis, o professor pode
coordenar uma discussão sobre a experiência dos alunos na
montagem desse material. A partir desse projeto, os alunos poderão
perceber alguns dos aspectos envolvidos na realização de
uma exposição, como: as dificuldades práticas para
encontrar e conseguir imagens e textos adequados; a necessidade de selecionar
o material que vai ser exibido de acordo com o espaço físico
disponível; a vontade de organizar o que vai ser exposto de modo
que as outras pessoas entendam o porquê de suas escolhas etc. Assim,
estarão começando a compreender o que significa a realização
de um evento do porte da Bienal de São Paulo3.
A
curadoria é responsável pela concepção da
mostra e por sua organização no espaço, apoiada por
toda uma estrutura técnica, administrativa e educativa vinculada
à fundação. Diferentes curadorias, roteiros, antropofagia.
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3.
Bienal de São Paulo
Inspirado nos moldes da Biennale di Venezia, o industrial de
origem italiana Francisco Matarazzo Sobrinho idealizou, em 1951,
a I Bienal Internacional de São Paulo. Inicialmente vinculada
ao Museu de Arte Moderna de São Paulo, do qual Matarazzo
era presidente, ela foi se tornando um evento de grande porte, exigindo
do MAM dedicação quase integral. Em 1962, já
consolidada no Brasil e no exterior, a Bienal desligou-se do MAM
e transformou-se em Fundação.
Kawall cita F. Matarazzo, criador das bienais: "Fundado o Museu
de Arte Moderna de São Paulo, tornava-se imperativo um encontro
internacional periódico de artes plásticas em nossa
capital. A I Bienal é a concretização desse
objetivo e evidencia que São Paulo e o Brasil estão
a altura de promover, com êxito, de dois em dois anos, este
festival internacional de arte. É feliz coincidência
permitir que a segunda se realize por ocasião do IV Centenário
da Fundação da Cidade. (...) Tudo contribuiu para
que (...) pudéssemos ter uma consciência maior e mais
explícita dos valores artísticos nacionais em confronto
com as grandes realizações artísticas de outros
países. Uma expressão do espírito humano só
atinge seu ponto de plenitude (...) quando encontra correspondência
e compreensão em outros homens e povos".
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"Tropel",
de Regina Silveira
Esta obra de Regina
Silveira, realizada sobre a fachada do edifício do pavilhão
da Bienal de modo a ser vista diariamente por milhares de passantes
durante a realização do evento, pode ser considerada um
convite para visitar a XXIV Bienal de São Paulo. As pegadas deixadas
pelos diversos tipos de animais criam um caminho, uma trilha que conduz
ao edifício da Bienal4. Sua mera presença
no meio urbano desperta o desejo de se aproximar e satisfazer a curiosidade
de saber por que existe, o que significa, quem fez, com que material
foi feita...
Os
diversos tipos de pegadas de animais representadas na obra de Regina
Silveira sugerem variados modos de caminhar, com passos de extensão,
velocidade e ritmos diferentes. Tropel é definido pelo "Aurélio"
como sendo um "agrupamento de pessoas a moverem-se em desordem",
e também como o "ruído ou tumulto produzido por multidão
ao andar ou se agitar". Esta movimentação inquieta,
para varias direções, lembra o ambiente que encontramos
ao visitar uma Bienal, em que critérios pessoais naturalmente
conduzem a diferentes prioridades na seleção de artistas
e obras a visitar, levando à criação de diferentes
percursos na visita à XXIV Bienal.
Tropel
sugere também uma passagem apressada, corrida, ansiosa (fugas/buscas),
como a de quem vai a uma mostra tão grande e quer ver tudo de
uma só vez. Escolher trabalhar com seus alunos um número
limitado de obras pode ser um modo de assegurar uma experiência
mais densa com a arte.
A partir da experiência vivida com os Materiais de Apoio e com
a monitoria do evento, experimente criar suas próprias trilhas
em sua visita à XXIV Bienal, adequadas à maneira como
formula os objetivos do ensino de arte, começando a perceber
as possibilidades de realizar diferentes caminhos, seleções
e roteiros para se aventurar nessa "expedição".
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4.
Edifício da Bienal
A IV Bienal foi definitivamente instalada no Pavilhão
Ciccillo Matarazzo em 1957: o prédio possui 30 mil metros
quadrados em concreto e vidro projetado pelo arquiteto Oscar
Niemeyer e localizado no Parque Ibirapuera. Na visita à
Bienal, procure apontar para os alunos as características
modernas específicas do edifício, suporte da obra
de Regina Silveira, como a construção em concreto
armado, as grandes janelas abertas para o parque, as colunas esculturais
criadas por Niemeyer para as rampas e a transparência entre
os vários andares.
Oscar Niemeyer participou como arquiteto no projeto do edifício
da Bienal entre 1953 e 1957. Em 1997, comenta a importância
do espaço para a cultura ao sugerir modificações
para os edifícios do Ibirapuera: "Usando os três
prédios já construídos no parque que imaginamos
um grande centro de cultura, tão completo como outro que,
talvez, não exista no mundo. Num deles continuaria a Fundação
Bienal, organizando as grandes exposições internacionais.
No segundo, uma espécie de Centro Georges Pompidou, de Paris,
convocando a juventude para os assuntos da cultura, com cinema,
multimídia, bibliotecas, pequenos auditórios, bares.
Ele criaria na juventude da cidade um interesse pela cultura e pela
arte, que muitas vezes falta. No terceiro prédio ficaria
o ensino, com grandes e pequenos ateliês para pintura, escultura,
gravura etc.".
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De
Chirico:
(Giorgio De Chirico, Volo, Grécia, 1888 - 1978): segundo Angélica
de Moraes, "De Chirico cumpre papel semelhante, embora menos
denso de percurso teórico inspirador. As sombras alongadas
e os impactantes índices de ausência que infundem magia
às pinturas metafísicas de De Chirico têm parentesco
visual com a série de trabalhos de Regina Silveira enfeixados
sob o título 'In absentia'". |
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Duchamp:
(Marcel Duchamp, Blainville, França, 1887 - 1968): segundo
Angélica de Moraes, no trabalho de Regina "Duchamp é
homenageado na série 'In absentia' com silhuetas de algumas
de suas obras mais famosas: 'Roda de bicicleta' e 'Portas-garrafas'.
(...) Para comentar um poder benigno: a influência desse precursor
da arte conceitual neste século, quando ele incidiu a reflexão
estética sobre um dos aspectos que melhor caracterizam o século
XX, ou seja, o objeto industrial produzido em série". |
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6.
Pegadas
Segundo Angélica de Moraes, "desde Platão
e o mito da caverna a sombra é vista como índice ou
simulacro da realidade. (...) Na obra de Regina Silveira, a sombra
(...) indica a impossibilidade de se transpor o real para o representado.
(...) O projeto ganha densidade de conotação dramática
quando somado a conteúdos paródicos e a intenções
políticas. (...) Essa mesma linha de trabalho vem ultimamente
se expandindo para obras em contato cada vez mais estreito com os
códigos do espaço arquitetônico que as abriga.
(...) 'Gone wild', encomendado pelo Museu de Arte Contemporânea
de San Diego (Califórnia, Estados Unidos) para o hall principal
do prédio - projetado por Venturi com uma profusão
de colunas e interferências -, foi um desafio vencido pela
criação de uma simbologia de imagética inédita
na obra da artista. Provocada pelas manchas da pelagem de cães
dálmata desenhadas pelo arquiteto para o chão desse
local, Regina Silveira utiliza-se do rastro de coiotes em galope
pelas paredes. Essa obra refere-se não apenas a um animal
selvagem característico da região mas também
aos fronteiriços que fazem o transporte clandestino e a legalização
fraudulenta de imigrantes 'chicanos' em demanda dos Estados Unidos.
Novamente, o fascínio pela anotação visual
de conteúdo político. Como sempre, dentro de uma poderosa
armação formal".
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7.
Instalaçâo
Regina Silveira declara a Angélica de Moraes: "Meu
trabalho existe para o olho e o lugar. (...) O deslocamento do olhar
é algo importantíssimo em meu trabalho. Conto com
ele o tempo todo para a transformação e o desmantelamento
das imagens. Esses espaços que crio nas instalações
são fortemente construídos, muito diferentes do espaço
real percebido. Quando o espectador entra e se conecta com um desses
espaços que enxerto no espaço real, a relação
é de armadilha e presa. (...) No momento em que alguém
se situa nesse campo visual do espaço geométrico (que
é um espaço que cria conflito com o espaço
percebido porque está cheio de coordenadas que não
combinam com as coordenadas da percepção), fica com
todos aqueles parâmetros grudados no olho. O espaço
se deforma e se distorce de acordo com esse deslocamento do observador.
É como se o observador carregasse, presa no olho, a malha
que não está representada, mas que serviu para fazer
aquele trabalho".
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Trabalho:
segundo Regina Silveira: "Meus projetos sofrem mudanças
maiores na etapa do desenho, que é a fase da concepção
mais profunda da obra. (...) Quando chego mais próximo daquilo
que quero realizar, tudo passa a ser um problema mecânico de
tamanho ou de meio, que chega a dispensar minha presença para
a execução final. Como fica tudo perfeitamente determinado
no projeto desenhado, no estágio seguinte, de ampliação
e finalização, meu trabalho pode ser executado por assistentes." |
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Sugestões
de continuidade
Procure pesquisar com seus alunos o que é a perspectiva e discutir
com a classe esta afirmação que Regina Silveira fez a
Angélica de Moraes: "A perspectiva8 seria
a descoberta das aparências do mundo por meio daquilo que poderia
ser uma visão científica da realidade. Desde o momento
em que ela foi inventada, porém, já criou sua contraposição,
sua situação de hipótese questionável. Ou
seja: até que ponto a perspectiva não é também
uma construção artificial? Que olhar é esse que
equaciona e resolve tudo por apenas duas coordenadas? A perspectiva
é uma convenção tão arbitrária quanto
todas as outras".
Esta
discussão pode se prolongar ao longo de várias aulas,
de acordo com a capacidade do professor de propor atividades que mantenham
o interesse dos alunos pelo tema, desenvolvendo um projeto que pode
se estender ao longo do ano.
Por
exemplo, o Material de Apoio referente à obra de Francis Bacon
sugere uma atividade onde os alunos se retratam a partir de suas sombras
projetadas pelo sol ou por focos de luz em papéis de tamanho
grande, a partir desta experiência pode ficar mais claro o conceito
de perspectiva como um código para projetar aspectos da realidade
numa superfície bidimensional. Outras atividades podem ser propostas
a partir da discussão da relação entre a perspectiva
e a construção dos códigos utilizados na criação
da imagem fotográfica (os Materiais referentes a Mark Adams e
a Esko Männikkö podem contribuir para estabelecer esta comparação).
Compreendendo o conceito
de curadoria e sua participação na organização
desse evento, o professor pode retomar essa experiência quando
for estudar o acervo de outras instituições com que pretende
trabalhar. Procure entender seu propósito, a maneira como organiza
as informações/objetos que colecionou e as possibilidades
de utilização em suas propostas de trabalho.
Envolva
seus alunos nesse processo de pesquisa acerca da instituição
cultural e na discussão de suas descobertas: quando foi criada?
Por quem? Com que objetivos? Qual sua estrutura física? Quais
seus critérios de seleção de objetos/informações?
Há algum conceito sobre o que é arte entre esses critérios?
Quem a financia? O que representa para a comunidade local? Que tipo
de atividades oferece? Quais os especialistas de que dispõe?
Como esses aspectos se modificaram ao longo do tempo?
A
exposição organizada de um acervo é uma forma de
contar uma história (ou mais) por meio da disposição
de objetos e informações. É importante ter clareza
de que a estrutura de organização dos objetos/informações
apresentada não é a única possível. Percebendo
porque foi montada assim, podemos pensar em propor outras "histórias"9
a partir dos mesmos elementos, dando origem a novos projetos de curadoria
que gerem percursos educativos para conhecer arte, adequados aos objetivos
do professor.
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Glossžrio
Acervo: o conjunto das obras que pertencem à coleção
de um museu, uma biblioteca ou uma instituição cultural.
Arte Contemporânea
Brasileira: os critérios para seleção abrangem
a densidade dos significados e a compreensão de que a Antropofagia
é uma estratégia cultural (...) com validade para o presente
(...) não se fixa como estilo, mas como capacidade de absorver
criticamente, apropriar-se de influências e elaborá-las com
linguagem própria.
Curador: a
pessoa que seleciona e articula as obras e informações presentes
numa exposição, conceituando a própria mostra.
Representações
Nacionais: neste segmento, instituições em todos os
países representados são convidadas a apontar curadores,
que por sua vez escolhem um artista para exibir na XXIV Bienal.
"Roteiros.
Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros.":
o título desta exposição foi retirado do "Manifesto
Antropófago", de Oswald de Andrade. No "Manifesto",
a palavra "roteiros" é repetida sete vezes, e sete são
as regiões das quais nove curadores, alguns trabalhando em dupla,
selecionaram artistas: África, América Latina, Ásia,
Canadá e Estados Unidos, Europa, Oceania, Oriente Médio.
Todos os curadores buscaram ressonâncias ao "Manifesto"
e ao conceito de antropofagia.
Patrimônio
cultural: o conjunto dos bens e das tradições culturais.
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Bibliografia
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Perspectiva, 1994.
__________ (Org.). "História da arte educação:
primeiro simpósio internacional. São Paulo: Max Limonad, 1986.
CUNHA, Maria C.P. (Org.). "O direito à memória: patrimônio
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Histórico da Secretaria Municipal de Cultura, 1992.
D'ALAMBERT, Clara, MONTEIRO, Marina G. "Exposição: materiais
e técnicas de montagem". São Paulo: Secretaria de Estado
da Cultura, 1990.
DUPRAT, Maria C. "Manual de orientação museológica
e museográfica". São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura,
1987.
FREIRE, Paulo. "Ação cultural para a liberdade e outros
escritos." Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
FUSARI, Maria F. de Rezende, FERRAZ, Maria Heloísa C.T. "Arte
na educação escolar". São Paulo: Cortez, 1993.
GLANCEY, Jonathan. Niemeyer recebe prêmio de instituto inglês
aos 91 anos. "O Estado de S. Paulo".
KAWALL, Luis E.M. "Artes reportagem". São Paulo: Centro
de Artes Novo Mundo, 1972.
MORAES, Angélica de. Telas da Bienal: Bienal terá telas de
Van Gogh, Bacon e Magritte. "O Estado de S. Paulo".
__________ (Org.). "Regina Silveira: cartografias da sombra".
São Paulo: Edusp, 1995.
PARSONS, Michael J. "Compreender a arte: uma abordagem à experiência
estética do ponto de vista cognitivo". Lisboa: Presença,
1992. |