. | |||
Lata comigo, como se fosse da tribo |
|||
. | |||
O quê?
A idéia como forma de expressão na arte conceitual;
O entendimento da arte é um processo permanente e contínuo que envolve o saber como experiência do vivido. O visível e o invisível, o comunicável e o não comunicável abrem campo para a imaginação e as leituras múltiplas provocadas pelo estranhamento e a empatia que trazem a idéia como forma de expressão conceitual na instalação de Miroslaw Balka.
Para permitir ao professor: |
Como?
(Quando? Onde?) Considerando as dövidas e os questionamentos como elementos desafiantes e provocadores de descobertas, ë importante que o professor evite "explicar a obra" antes da leitura dos alunos, impedindo-os de elaborar suas pr�prias interpretaç§es. Novas possibilidades de leitura e releitura serâo desveladas e somadas Ç sua ao permitir que os alunos vivam o prazer e a alegria da descoberta. |
|||
Momento do encontro O primeiro contato com o trabalho do artista Miroslaw Balka é o momento do estranhamento (entendido como reação primeira do olhar ao mirar o "não-eu", instigando a curiosidade e o desejo de compreensão). Livres de qualquer informação prévia, os alunos terão um contato espontâneo, individual e pessoal com a obra. Esse encontro provocará o diálogo, momento em que os alunos serão convidados a parar, olhar, sentir e questionar, invocando, numa atitude interrogativa e curiosa, o desejo de compreensão. |
|||
|
|||
|
|||
Momento do registro Nesta etapa, o professor poderá solicitar aos alunos que anotem as emoções, os sentimentos, as idéias, as associações, as dúvidas e os questionamentos provocados pelo contato com a instalação "a, e, i, o, u" no momento do encontro. |
|||
|
Momento da vivência interativa É a etapa do processo em que os registros serão compartilhados, discutidos, ampliando conhecimentos: "entendendo-se por meio do outro". O professor, na qualidade de mediador, poderá levantar questões provocativas que pontuem os aspectos mais significativos para a compreensão da obra e aprofundem reflexões. Como exemplo, indicamos:
O que o ambiente quase vazio lhe provoca? Momento de informação mediada Seguindo a dinâmica
de que a construção do conhecimento deve resultar da interação
entre os alunos e entre alunos e professor, nesta etapa sugere-se que
as informações sejam introduzidas por meio de uma "conversa"
sobre a obra e os conceitos abordados durante o momento de vivência
interativa. O professor poderá propiciar a experiência
de leitura e busca de significados na instalação como
um desafio lúdico a ser aceito pelos alunos, explorando todos
os elementos presentes em uma primeira leitura. |
|
Conversando sobre a contemporaneidade Sugerimos iniciar
pela contextualização do período em que estamos
vivendo - o momento pós-moderno, uma atitude nova diante
das coisas. O século XX é o da introspecção,
no qual, em seu interior, o artista encontra material para expressar-se.
É o momento do efêmero, que suscita uma atitude de aceitação.
É o século do processo de fragmentação,
do simulacro, do acaso, da turbulência, da velocidade e do dinamismo
extremado. |
|
|
|||
|
|||
|
|||
|
|||
|
|||
A arte conceitual: a arte como idéia Situa-se dentro
desse panorama a arte conceitual como forma de expressão artística
que valoriza mais a idéia do que a construção material
da obra, exigindo do espectador uma participação mental
ativa. O conceitual é uma tendência que se aproxima mais
da proposição de arte como processo e não como
produto final, contando mais a idéia do que a aparência
visual. Conhecendo o artista e sua obra: o diálogo com a Bienal O artista polonês
Miroslaw Balka tem como forma de expressão a instalação,
em que discute a arte conceitual, a inclusão de diferentes mídias
na arte contemporânea e os limites entre a arte e o cotidiano.
Uma primeira leitura nos mostra o que é visível, o que é dito e comunicável diretamente pela obra, isto é, seu aspecto material: um corredor, uma porta fechada, uma parede com orifícios, fragmentos de coleiras de cachorros, duas barras de metal, arames e o som dos latidos de cachorros. O que não é visível, o que não é dito, o que não é comunicável diretamente, isto é, a fala oculta da obra e a empatia complementar, é percebido num processo desencadeado pelo estranhamento e pela admiração (o olhar estranho, que retoma as revelações e as interrogações do primeiro olhar, explorando e interpretando os significados presentes na obra). |
|||
|
|||
|
|||
|
|||
Estabelecendo relações:
Para ampliar o entendimento
sobre a instalação, sobre seu diálogo com a
XXIV Bienal e sobre como o artista expressa nela suas idéias,
sugere-se que se faça um percurso pelas obras "Desvio para
o vermelho", de Cildo Meireles, e "Tropel", de Regina
Silveira. Como preparação, aconselhamos o professor a
consultar os Materiais de Apoio Educativo sobre as obras dos artistas
sugeridos. |
|||
|
Resposta poética O professor poderá propor, depois da experiência estética e artística vivenciada por meio do estranhamento e da admiração provocados pelas três instalações, que o aluno elabore um percurso poético, estruturado conforme sua escolha, de modo a construir uma história que busque inter-relacionar as três obras, com o objetivo de ampliar, fixar e avaliar os conhecimentos em atividades de continuidade.
Sugerimos que o professor organize os alunos em grupos e realize as seguintes propostas como continuação e aprofundamento da experiência vivida durante a visita:
resgatar emoções, sentimentos, sensações
"vividas" por intermédio das obras e associá-las
a situações do contexto contemporâneo; |
|||
|
|||
Outras sugestões de continuidade A obra "a,
e, i, o, u", do artista contemporâneo Miroslaw Balka, foi
criada e apresentada pela primeira vez na Polônia. |
|
Glossžrio Curadoria: função normalmente exercida por especialistas na área de arte, que propõem, no processo de organização de uma exposição, as formas de articulação entre os elementos de uma mostra. Por exemplo, um tema ou conceito podem ser utilizados como eixos norteadores. Ecletismo: método que utiliza elementos de tendências artísticas de orientação variadas, de diversos momentos da História da Arte, justapondo-os ou fundindo-os de outras formas. Minimalismo: tendência da arte surgida nos anos 50 que prega o uso de formas simples, elementares, como reação ao emocionalismo do Expressionismo abstrato. Ubiqüidade: qualidade da onipresença, de fazer-se presente em mais de um lugar ao mesmo tempo. |
Bibliografia FUSCO, Renato de. "História da arte contemporânea". Lisboa: Editorial Presença, 1988. REDE arte na escola. "Materiais instrucionais dos vídeos". Porto Alegre: 1996 (não publicado). ROTTENBERG, Anda. "Complementary empathy". Varsóvia: The Zacheta Gallery of Contemporary Art, 1998. ---. "With hungry eye. Varsóvia: Galeria Foksal, 1997. STRAGOS, Nikos (Org.). "Conceito de arte moderna". Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1991. VERAS, Eduardo. "Metáfora da devoração inspira bienal". Porto Alegre: Zero Hora, 18 jul. 1998, Caderno de Cultura, p. 4-5. VERGARA, Luiz Guilherme. "Fronteira da comunicação e da educação com a arte contemporânea". ---. "Núcleo educativo. curadoria educativa: conceitos e metas". São Paulo: 1998 (não publicado). |