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Retratos, retratos,
retratos
histórias, histórias, histórias
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Francis
Bacon
Dublin, Irlanda, 1909
Madrid, Espanha, 1992
"Study
for a portrait"
(estudo para retrato)
1978 - tinta a óleo sobre tela
35,5 x 30,5 cm
Coleção Musée National d'Arte Moderne,
Centre Georges Pompidou, Paris
1998 Estate of Francis
Bacon / Artistis Rights Society (ARS), New York
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O
quê?
O
quê?
o procedimento de citaçâo a obras de outros artistas em trabalhos de Bacon
como forma de antropofagia;
a elaboraçâo de conceitos
sobre retrato e auto-retrato, pintura e fotografia, deformaçâo, Realismo
e Expressionismo, construçâo e desconstruçâo;
a consciència da produçâo
artìstica como manifestaçâo cultural, produzida e observada dentro de
um contexto.
Por
quê?
A XXIV Bienal traz
Bacon ao Brasil novamente, ap�s 25 anos de sua participaçâo numa Bienal.
As mesmas quest§es que referenciam a açâo dos curadores deste evento,
relacionadas Ç antropofagia e ao canibalismo, podem ser observadas em
vžrios momentos na obra deste artista.
A proposta deste
percurso ë propiciar aos alunos condiç§es para que percebam relaç§es entre
a obra, o artista, o contexto em que foi criada e seu pr�prio cotidiano,
criando uma visâo pessoal que integre a experiència vivida com esta obra
em seu universo particular.
Para quê?
Para
permitir aos alunos:
desenvolver conceitos
sobre: citaçâo, retrato e auto-retrato, pintura e fotografia, deformaçâo,
Realismo e Expressionismo, construçâo e desconstruçâo;
identificar os conceitos
trabalhados por meio da fruiçâo de obras apresentadas pelo professor,
e com isso criar caminhos que permitam acessar o territ�rio da arte;
elaborar trabalhos
pržticos, enfocando os conceitos desenvolvidos em propostas individuais
e construçâo coletiva, possibilitando a geraçâo de uma nova postura em
relaçâo a si e ao outro pela vivència compartilhada no processo de criaçâo.
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Como? (Quando?
Onde?)
A proposta
deste Material de Apoio ë levar o aluno a desenvolver um processo de
construçâo de pensamento e reflexâo sobre o fazer artìstico ao ter acesso
a uma obra de Francis Bacon1 e investigž-la e comparž-la
aos outros retratos que fazem parte do conjunto de imagens integrantes
do Material de Apoio.
Sugere-se alguns
caminhos para o professor, situando-o em consonéncia com os conceitos
da curadoria da XXIV Bienal e as propostas do Nöcleo Educaçâo.
O que se sugere
como leituras e antropofagias contìnuas pode ser subdividido em très
nìveis de aprofundamentos, nâo necessariamente lineares ou dependentes
entre si, que sugerem possibilidades de transitar livremente de um nìvel
para outro. Isso significa entender a obra de arte como um objeto intencional
comunicativo que aponta possibilidades de vžrias entradas e leituras
interligadas. Quanto mais articuladas essas leituras estiverem entre
si, mais rico certamente ë o processo de aprofundamento e aprendizagem.
O conceito de
antropofagias contìnuas proposto aqui estž relacionado Ç perspectiva
de aprendizagem existencial de Paulo Freire. No caso em estudo, prop§e-se
que o objeto artìstico seja visto como um "convite para a conscientizaçâo".
Cada obra de arte, Ç medida que traz consigo a expressâo poëtica/crìtica
de um indivìduo no mundo, tambëm pode se apresentar como mediadora e
transformadora de relaç§es do indivìduo consigo pr�prio, com sua realidade
e sua cultura. Paulo Freire denomina essa conscientizaçâo de "existència
'em' e 'com' o mundo".
O professor deve
criar condiç§es para explorar a vivència, a sensibilidade e a realidade
de cada aluno. Isso envolve o encontro com a obra, o desenvolvimento
de uma possibilidade de fruiçâo da obra, a transposiçâo da situaçâo
de estrangeiro perante essa criaçâo e a participaçâo efetiva na elaboraçâo
de seus pr�prios caminhos para a criaçâo.
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1.
Francis Bacon
Francis Bacon nasceu em 28 de outubro de 1909 e faleceu em
1992. Ï considerado inglès, apesar de haver nascido e crescido em
Dublin, na Irlanda. Sua obra retrata a condiçâo humana com grande
carga dramžtica, e tem tido forte influència na arte latino-americana.
A famìlia de Bacon era inglesa: seu pai era um treinador de cavalos
e mudou-se com a famìlia para Londres no inìcio da Primeira Guerra
Mundial ao entrar para o Conselho de Guerra. As mudanças freqÆentes
e a asma fizeram com que Bacon fosse educado por professores particulares.
Em 1925, muda-se para Londres, e posteriormente passa um perìodo
em Berlim e perto de Chantilly, na França. Em 1928, finalmente fixa
residència em Londres. Inicia-se na pintura como autodidata e trabalha
como decorador. Sabe-se que destruiu quase toda a sua obra anterior
aos anos 40. Em 1945, jž ë considerado um importante pintor figurativo.
Em 1953, realiza sua primeira exposiçâo individual em Nova York.
Representou a Grâ-Bretanha na Bienal de Veneza em 1954 e em 1959
na V Bienal de Sâo Paulo. Uma grande retrospectiva de sua obra foi
feita na Tate Gallery de Londres em 1962, e posteriormente em toda
a Europa. Em 1964 foi feita uma retrospectiva em Nova York, no Guggenheim
Museum, e no Art Institute, de Chicago.
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Fruição...
Antropofagia do primeiro olhar: Estranhamento
Pistas para o olhar
Peça aos alunos que deixem seu olhar passear por esta obra de Bacon, instigando-os
a investigar a obra e a compartilhar o que perceberam, o que sentiram e
o que pensaram nesse processo.
Comparações com os outros retratos
Ao analisar reproduç§es comparando a obra de Bacon com outros retratos e
auto-retratos que integram o conjunto de imagens do Material de Apoio, procure
fazer com que os alunos desenvolvam seus conceitos a respeito da obra.
Se eles citarem Realismo2.
como um critërio, explore esse conceito. Deve-se pensar em quest§es
como: "O que faz uma obra mais realista do que outra?", "O que o realismo
significa em um retrato: que ele ë similar a uma fotografia ou a um reflexo
no espelho?" ou "O que ele nos diz ë o que a pessoa ë, revelando coisas
que ela acredita serem importantes?".
Se os alunos mencionarem
o nìvel de habilidade do artista, explore esses conceitos em perguntas como:
"Quais caracterìsticas sâo necessžrias para definir um artista?", "Qual
a importéncia de desenhar?", "Como o artista usou a cor, a textura, a imaginaçâo,
as emoç§es?".
Se os alunos chamarem
a obra de interessante, explore essa idëia, investigando e discutindo com
o grupo os aspectos que despertaram sua atençâo.
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2.
"Ï claro que nâo existe um modo, muito menos um modo exato
de interpretar o Realismo ou qualquer outro aspecto da arte. (...)
Ï espantoso observar quantos matizes o significado deste termo pode
assumir, conforme o modo pessoal de ver, os objetivos, a filosofia
e o modo de escrevè-lo de cada artista. (...) Eis pois (...) homens
trabalhando em vžrias direç§es - Albers, Gabo e Hofmann aceitos
atualmente como lìderes da arte abstrata; (...) Hopper e Shahn,
da pintura figurativa. Mas, paradoxalmente, todos se consideram
realistas. (...) 'Gostaria de realizar-me. Neste sentido gostaria
de ser considerado um realista. Para mim, a abstraçâo ë real, provavelmente
mais real do que a natureza', disse Josef Albers quando lhe perguntei
se se considerava um realista. (...) Naum Gabo afirma: 'Nâo s� considero
meu trabalho atual como realìstico, como tambëm tenho insistido,
sempre mesmo no manifesto de 1920, que minha arte tem sido sempre
realìstica'. E Hans Hofmann diz: '... a arte ë auto-suficiente,
nâo nos termos de arte pela arte, mas sim na base de uma neo-realidade
cujos alicerces estâo na relaçâo direta do artista com seu meio'.
(...) Que Edward Hopper e Ben Shahn insistam em declarar-se realistas
ë menos surpreendente, pois seus trabalhos sempre tèm dado grande
importéncia Çs imagens naturalìsticas."
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Hans
Hofmann:
(Weissenberg, Baviera, 1880 - 1966): Pintor e professor de arte naturalizado
americano, realizou pinturas abstratas enfatizando em suas telas planos
vibrantes de cores que se organizam segundo suas relaç§es dinémicas.
Um dos criadores do Expressionismo Abstrato. |
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Contextos...
antropofagia cultural: conscientizaçâo cultural/ad-miraçâo
Discutindo o retrato
Ao analisar a obra "Study of a portrait" (1978), questionar se os alunos
consideram esta obra um retrato. Discutir:
O que ë um retrato?
O retrato3
deve necessariamente representar algo?
O retrato pode ser uma
obra de arte?
O retrato deve mostrar
a figura como um todo, ou pode mostrar somente uma parte?
Essa pintura, ao ser
comparada com o conceito que os alunos tem de retrato, pode tambëm permitir
trabalhar as noç§es de fragmentaçâo e de distorçâo do corpo. Surgiram na
fala dos alunos elementos que possibilitam discutir os conceitos de deformaçâo,
fragmentaçâo, desconstruçâo e reconstruçâo? |
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3.
O retrato
Segundo Gombrich, "certamente ë possìvel ver todo retrato como
um esquema de cabeça modificado pelos traços distintivos sobre os
quais desejamos transmitir informaçâo. (...) O ponto de partida
de um registro visual nâo ë uma certeza, mas uma conjectura condicionada
pelo hžbito e pela tradiçâo. (...) A linguagem (...) articula o
mundo de nossa experiència. As imagens da arte, suspeitamos, fazem
a mesma coisa. (...) O mundo pode ser abordado de um éngulo diferente
e, todavia, a informaçâo dada pode ser ainda a mesma. Do ponto de
vista da informaçâo, nâo hž, de certo, dificuldade em discutir o
retrato. Dizer de um desenho que ele constitui uma vista correta
de Tìvoli nâo significa, naturalmente, que Tìvoli seja hachurada.
Significa que aqueles que compreendem a notaçâo nâo vâo tirar nenhuma
informaçâo falsa do desenho - quer ele dè o contorno do motivo em
poucas linhas, quer reproduza nele cada folha de relva (...). O
retrato completo pode ser aquele que dž tantas informaç§es sobre
o lugar retratado quantas se obteriam olhando para ele do mesmo
ponto em que o artista se colocou. (...) Ï tâo complexa a informaçâo
que nos chega do mundo visìvel que nenhum quadro pintado poderž
abrangè-la toda. Isso nâo se deve Ç subjetividade da visâo, mas
a sua riqueza. Onde o artista tem de copiar um produto humano ele
pode, naturalmente, produzir um fac-sìmile difìcil de distinguir
do original. (...) Nâo ë o registro fiel de uma experiència visual,
mas a construçâo fiel de um modelo relacional. (...) A forma de
uma representaçâo nâo pode estar divorciada de sua finalidade e
das exigèncias da sociedade na qual a linguagem visual ë dada."
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Os
retratos de Bacon e os de outros artistas
A partir das discuss§es anteriores com os alunos, o professor pode introduzir
as informaç§es que considerar pertinentes ao percurso de seu grupo,
criando condiç§es para realizar as atividades de produçâo que selecionar.
Um aspecto importante a ser comentado com os alunos ë o conceito de
citaçâo4: quando um artista trabalha ou remete seu
trabalho, de alguma maneira, Ç obra de outro artista. Bacon faz citaç§es
a trabalhos de outros artistas em diversos momentos ao longo de toda
sua obra.
Por intermëdio das reproduç§es que fazem parte deste Material de Apoio,
mostrar ao aluno o que caracteriza uma pintura. Observar que, ao longo
da Hist�ria, os pintores retrataram muitas pessoas e se auto-retrataram,
introduzindo o retrato como gènero5.
Falar sobre a invençâo da fotografia e sua influència sobre o retrato.
Discutir as relaç§es entre retrato, pintura e fotografia. Comparar o
retrato feito por Bacon utilizando a tëcnica da pintura com algum dos
retratos feitos a partir da fotografia, discutindo os processos de
criação6 dos artistas e a relaçâo com
seus contextos.
O professor pode perguntar aos alunos se jž conhecem algum trabalho
desse artista. Caso afirmativo, onde conheceram, quando, como era a
obra e o que acharam dela.
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4.
Citação
Segundo Dawn Ades, a obra de Bacon toca o tema da antropofagia
em vžrios pontos. Quer seja por intermëdio das obras de Van Gogh,
de Rembrandt ou de Velazquez, com as quais ele se confronta, absorve
e reformula, quer seja por imagens de livros de Medicina e Hist�ria
Natural, ou atë mesmo fotos de jornais. Tudo servia de fonte para
sua imaginaçâo retrabalhar e transformar em pintura. Bacon ë um
manipulador de imagens. Suas obras apresentam sinais antropofžgicos
ao longo de sua caminhada. Se entendermos que antropofagia ë canibalizaçâo
e apropriaçâo, as citaç§es em sua obra sâo o exemplo de uma obra
instigante que vai alëm do fìsico do corpo humano apresentando retratos
fragmentados, deformados, retorcidos. As obras "Portrait of Michael
Leires", de 1976, e "Study for a portrait", de 1978, evidenciam
reflexos da obra de Picasso das dëcadas de 20 e 30, mostrando uma
ruptura espacial a partir de um eixo que usa a curva do nariz, o
arco das sobrancelhas e o éngulo com a orelha mostrando vžrias leituras
de um mesmo rosto. Teve grande influència em sua obra o contato
com os estudos fotogržficos de Eadweard Muybridge. Bacon
passa a utilizar fotografias e radiografias em seu trabalho.
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Eadweard
Muybridge:
w(1830-1904): fot�grafo americano pioneiro na criaçâo de filmes animados.
Realizou e publicou diversos estudos fotogržficos analisando a movimentaçâo
seqÆenciada de seres humanos e de animais. |
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5.
O retrato como um gênero Segundo E. Motta, "o retrato
pode ser considerado um gènero de pintura, como a paisagem,
a natureza-morta e a pintura de gènero, em virtude de sua presença
em importantes perìodos da Hist�ria da Arte, devido ao fato de que
quase todos os pintores e escultores a ele se dedicaram, alguns
esporadicamente e outros com insistència. (...) O estudo da arte
de retratar deve merecer atençâo dos estudiosos pelo caržter artìstico
e iconogržfico e por contribuir para a compreensâo de determinado
momento de uma sociedade, seus hžbitos, suas roupas, sua maneira
de viver e, sobretudo, a psicologia do ser dentro da sociedade.
Os retratos poderâo apenas representar, fixando para o futuro, os
traços fision–micos de um modelo em certo estžgio de sua vida, sem
outras pretens§es. Hž autores que encontram intuitivamente o caržter
ìntimo das pessoas, arrancam de dentro um sentido que, muitas vezes,
o pr�prio modelo desconhece, podendo eles - os retratos - serem
pöblicos, destinados Ç exaltaçâo de her�is, polìticos, reis ou indivìduos
destacados em suas atividades profissionais. (...) Perìodos houve
em que essa vontade foi reduzida ou desapareceu completamente como
decorrència do espìrito de comunidade que os caracterizava, quando
os indivìduos, isoladamente, perdem importéncia e obviamente a intençâo
de se fazerem retratar. (...) A hist�ria do retrato pode ser estudada
por éngulos distintos: sociais, econ–micos, psicol�gicos, tëcnicos
e artìsticos e, traduzindo cada um, suas raz§es e origens".
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Gènero
de pintura :
referència Çs categorias de pintura adotadas no ensino das academias.
Dawn comenta que, "apesar de suas referèncias ocasionais a temas mitol�gicos,
religiosos ou poëticos, Bacon negava estar afirmando a hierarquia
tradicional que colocava a pintura hist�rica no topo, seguida pelos
retratos, paisagens e finalmente naturezas-mortas. Afirmando que 'como
seres humanos somos nossa maior obsessâo', sugeriu uma ordem diferente,
na qual 'os retratos vèm primeiro'". |
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6.
Processos de criação
Ï importante ressaltar na obra de Bacon a relaçâo com o expressionismo
de uma maneira bastante genërica. A figura humana ë o tema central
de sua obra. Ela ë trabalhada a partir de modelos e de retratos
e, de amigos. Pode-se considerar o seu um realismo moderno em que
a obra ë radical e a figura humana chega aos limites da total desintegraçâo,
quase ficando irreconhecìvel. O pr�prio Bacon, ao falar sobre sua
obra e seu processo de trabalho para o crìtico Michel Archimbaud,
diz: "A vida se desenrola ante seus olhos e vocè olha para ela,
isso ë tudo. Vocè ë bombardeado por imagens o tempo todo. Mas hž
algumas poucas, porëm, que colam em sua mente.(...) Quando eu trabalho
tenho apenas uma vaga idëia, Çs vezes nenhuma idëia do que eu quero
fazer. De certo ë puramente por acaso que algo acontece na tela.
Na maior parte das vezes, nâo tem nada a ver com a idëia original,
se na verdade eu tivesse uma para iniciar. Com respeito a isso,
ë tambëm verdade que eu tenho um jeito curioso de autodisciplina,
que ë provavelmente uma qualidade, porque a pintura nâo consiste
s� em jogar tinta numa tela, mas hž uma habilidade adquirida, a
qual, junto com o tempo e a idade, gera uma grande soma de habilidades.
Eu estou definitivamente mais consciente agora daquilo que estou
fazendo do que quando era mais jovem, o que nâo ë necessariamente
muito bom, mas isso ë como ë, e eu acho que ë uma mistura de entusiasmo
e do inesperado que forma minha pintura".
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Expressionismo:
o termo refere-se simultaneamente Ç acentuaçâo do caržter expressivo
na arte e ao movimento artìstico europeu com o mesmo nome. |
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Produção...
Criação...
Antropofagia poética: respostas poéticas
Recortes e colagens
Solicitar que os alunos reönam revistas, jornais e propagandas com figuras
humanas e as tragam para a escola. A partir do acervo coletado, propor
que recortem diversas bocas, olhos, narizes e que componham um trabalho
utilizando esses fragmentos de imagens numa colagem.
Esse
processo antropofžgico permite trabalhar com as noç§es de desconstruçâo,
por meio da fragmentaçâo das figuras originais, e de reconstruçâo, na
elaboraçâo das novas figuras.
Sombras
O professor deve
providenciar focos de luz (lanternas, luz de projetor de slides, velas),
uma sala que possa ser escurecida e papel pardo (kraft) em rolo, em
pedaços grandes. Giz de cera (tinta opcional) e outros materiais para
colagem. Propor trabalhar com as deformaç§es criadas pelas projeç§es
das sombras do corpo dos alunos provocadas por esses focos de luz ao
serem colocados em posiç§es diferentes. Cada criança serve de modelo
para seu pr�prio "retrato", que serž elaborado por outro colega.
Caso nâo haja condiç§es de realizar esse trabalho numa sala escura,
pode-se utilizar o pžtio da escola e as sombras dos corpos geradas pela
luz do sol. Pode-se utilizar o mesmo giz colorido usado pelo professor
para escrever no quadro negro para desenhar diretamente no châo os contornos
das sombras das crianças.
Em ambos os casos, ap�s os contornos serem desenhados, orientar os alunos
para que identifiquem nos desenhos resultantes novas formas, geradas
pelas superposiçâo dos traços. Desconstruindo esses desenhos, as novas
formas identificadas podem ser utilizadas para gerar outros desenhos.
Nesse processo, ao conversar com os alunos sobre seus resultados, podem
ser discutidos os conceitos de forma, deformaçâo7
e anamorfose.
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