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Como?
(Quando? Onde?)
Apreciando a obra fotográfica de Esko Männikkö
Os alunos poderão,
com o auxílio do professor, ativar a curiosidade e o desejo de
compreensão, percebendo algumas questões: quais são
as linhas que definem a imagem? Em que posição se encontram?
Há predominância de linhas geométricas ou orgânicas?
As imagens sugerem texturas? Há formas repetidas? Quais são
as cores principais? São cores quentes ou cores frias? Como é
a interação das cores? Elas contrastam ou se misturam? Há
várias tonalidades numa única cor? Como é tratado
o fundo da obra? Que elementos são utilizados no fundo da obra?
Há alguma relação entre a figura e o fundo da obra?
Como se organizam os diversos elementos na composição geral
da imagem? Eles estão centralizados ou deslocados do centro? Há
simetria ou assimetria em sua distribuição? De acordo com
os vários elementos que compõem a imagem, onde se tem a
impressão de maior peso? E de leveza? Por quê? Como estão
posicionadas as figuras humanas? Há alguns sentimentos expressos
nos rostos das figuras? Qual é o tema das imagens observadas? Quem
são as pessoas representadas? Como estão vestidas? Qual
a classe social a que pertencem? Que elementos levam você a identificar
a posição social? Quais seus sentimentos e suas idéias
em relação à obra? Quais são as características
principais do trabalho de Esko Männikkö? Em algum aspecto, Männikkö
se aproxima de outro artista que você conhece? Há alguma
semelhança entre suas fotografias e as de algum outro fotógrafo?
Estas fotos trazem alguma lembrança ou experiência particular?
Qual? Por quê? É possível associá-la a outras
imagens, outros fatos, conceitos, letras de música, memória
familiar? Por quê? O que diferencia as fotografias de Esko Männikkö
da forma convencional de fotografar? Em sua opinião, o que faz
com que suas fotos sejam consideradas arte?
Lembramos que o
principal papel do professor nesta discussão é o de mediar
a conversa entre os alunos, estimulando-os a posicionarem-se diante da
obra de Männikkö. É importante lembrar que a obra de
arte tem leitura aberta e que cada forma de olhar tem sua validade, quando
se justifica a partir da imagem, não existindo, portanto, acerto
ou erro.
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1.
As fotografias de Esko Männikkö
Os
artistas europeus presentes na XXIV Bienal, de algum modo, rejeitam
a tradiçâo da "grande pintura" e aliam, de forma estëtica e artìstica,
o local com global. Sâo obras que oferecem possibilidades de reflexâo
a partir de um olhar inusitado para a realidade. Esko Männikk•,
integrante da mostra dos artistas europeus, mostrarž, em Sâo Paulo,
uma sërie de panoramas que registram imagens de diversas partes
do mundo, medindo de 2 a 5 metros cada, suspensos a partir do teto.
Incluem fotos feitas na Finléndia, no Texas, na Alemanha e no Brasil.
Os panoramas apresentam similaridades e proximidades, a despeito
das disténcias geogržficas e diferenças culturais que os envolvem.
Cada um de seus panoramas, formado de seis a oito fotos, ë pendurado
em uma formaçâo representando o todo da paisagem como se fosse visto
por alguëm que estivesse no centro de um cìrculo. O conjunto de
obras faz o observador estabelecer uma anžlise comparativa, promovendo
sua integraçâo ao trabalho.
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Conhecendo
a linguagem fotográfica
A análise apreciativa
das fotos de Esko Männikkö pode ser desencadeadora de uma reflexão
sobre a linguagem fotográfica. Para introduzir o assunto, reflita
com os alunos sobre algumas questões: o que é o ato fotográfico?
É possível realizar o ato fotográfico sem o meio
técnico? Qual a relação entre a fotografia e o tempo?
É possível a reprodução técnica da
imagem fotográfica? A capacidade de reprodução técnica
tem alguma implicação política, social, cultural
e estética? A fotografia apenas representa a realidade, sem criá-la?
É possível criar com a fotografia? É possível
distorcer a realidade a partir da fotografia? A fotografia possibilita
mostrar a realidade como jamais havia sido vista antes? O que é
uma fotografia artística? Qual a diferença entre a foto
jornalística e a foto artística?
Após essas
questões, comente a história da fotografia. Se possível,
apresente algumas imagens sobre a exploração da câmera
escura, as primeiras máquinas e alguns fotógrafos importantes,
incluindo também alguns brasileiros como Sebastião Salgado,
Gal Oppido e Juca Martins (estes dois últimos constam do acervo
do Projeto Arte na Escola, que pode ser requisitado em São Paulo
no Museu Lasar Segall). Se preferir, busque outras informações
e imagens em alguns sites da Internet sobre o assunto (ver alguns endereços
na referência bibliográfica). Introduza algumas reflexões
dos estudiosos sobre a imagem fotográfica, relacionando-as com
o pensamento dos alunos, e estabeleça algumas relações
entre a fotografia e a pintura, destacando a influência da
fotografia em algumas correntes artísticas. Complementando a análise,
reflita sobre a fotografia e os recursos técnicos, enfocando os
principais elementos da linguagem fotográfica. Faça
também uma distinção entre a fotografia de autor
ou artística, o fotojornalismo e a fotografia documental. Para
uma análise avaliativa sobre o assunto, retome a leitura da obra
de Esko Männikkö, explorando alguns termos específicos
da linguagem fotográfica: o que faz a obra de Esko Männikkö
ser diferente de uma foto jornalística ou documental? As fotos
de Männikkö apresentam a realidade? De que maneira? Qual o plano
ou enquadramento escolhido por Männikkö em suas fotos? Quais
as cores registradas? Há o registro de texturas? Como a composição
foi explorada? Há equilíbrio?
Sugerimos que o
professor, se possível, marque uma visita guiada a algum laboratório
fotográfico e/ou convide algum fotógrafo, fotojornalista
ou fotógrafo documental para visitar a escola, para que os alunos
possam compreender in loco os passos e as relações profissionais
da fotografia. Do mesmo modo, uma visita à exposição
de fotografias em museu ou galeria especializada ajudará os alunos
a entenderem as particularidades da fotografia artística.
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2.
História da fotografia
Por
volta de 1554, Leonardo da Vinci descobriu o princìpio da cémera
escura: a luz refletida por um objeto projeta sua imagem no interior
de uma cémera escura a partir de um orifìcio para a entrada da luz.
Baseados nesses princìpios, os artistas simplificaram o trabalho
de copiar objetos e cenas, entrando dentro de cémeras para apreciar
e apropriar-se da imagem refletida em uma tela ou um pergaminho
preso na parede oposta ao orifìcio da caixa. Posteriormente, J.B.
Porta, um sžbio napolitano, ao introduzir uma lente convergente
no orifìcio da caixa, obteve maior nitidez. Em 1816, o fìsico Neph°re
Niêpce lançou os princìpios da chapa fotogržfica Ç base de cloreto
de prata, sendo o primeiro passo para a descoberta de novos processos
quìmicos e de novas lentes. Em 1860, surgem os primeiros estödios
fotogržficos, mas o ato fotogržfico ainda ë lento e artesanal. Depois,
surgem os fot�grafos ambulantes, considerados os primeiros divulgadores
da nova arte. Em 1867, o fìsico francès Louis Ducos anuncia a descoberta
do foto colorida. Ap�s essas descobertas, a fotografia começou a
popularizar-se e o filme passou a ser embalado em rolos.
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3.
A fotografia e a pintura
A
pintura e a fotografia sâo duas linguagens distintas, mas que andam
juntas e se influenciam mutuamente. Desde sua criaçâo, nos meados
do sëculo XIX, a fotografia tem sido influenciada pela pintura,
pois os primeiros fot�grafos eram tambëm pintores e transmitiam
para suas fotos o gosto pict�rico reinante. A influència da fotografia
foi marcante principalmente nos movimentos de vanguarda do sëculo
XX. O Futurismo, por exemplo, tem estreita relaçâo com as imagens
fotogržficas e com a sucessâo de formas e linhas que buscam a expressâo
do movimento. No Cubismo sintëtico, Picasso e Braque integraram
Ç pintura algumas imagens (figuras e principalmente letras) tiradas
de fotos de jornais e revistas. Andy Warhol, artista norte-americano
e um dos principais representantes da arte pop, reproduzia vžrias
vezes e coloria as imagens dos meios de comunicaçâo de massa, retratando
a sociedade de consumo.
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Cubismo
sintëtico:
fase do movimento cubista, que abrangeu o perìodo de 1911 a 1916,
em que Picasso e Braque passaram a explorar a materialidade dos objetos,
sugerindo texturas e superfìcies na tela que nos remetem a elementos
como terra, areia, madeira. |
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4.
Elementos da linguagem fotográfica
Os
principais elementos da linguagem fotogržfica sâo: 1) os planos:
ë o enquadramento promovido pelo distanciamento da cémera em relaçâo
ao objeto. Sâo varižveis e definidos muito mais pelo equilìbrio
dos elementos do quadro do que por medidas formais exatas. Sâo divididos
em: Grandes Planos Gerais (GPG), Planos Gerais (PG), Planos Mëdios
(PM), Primeiro Plano (PP) e Plano de Detalhe (PD); 2) foco: refere-se
Ç nitidez. Pode ser: diferencial, desfoque, profundidade
de campo; 3) movimento: sâo os efeitos tëcnicos e a posiçâo
e disposiçâo dos objetos fotografados; 4) forma: abrange a organizaçâo
dos objetos no espaço; 5) éngulo: resultado da posiçâo da mžquina;
6) cor: sâo os cinzas e as demais cores; 7) textura: impressâo visual
que sugere a idëia de substéncia, densidade e tato; 8) iluminaçâo:
sombras, luzes; 9) aberraç§es ou deformaç§es: efeitos provocados
por reaç§es �pticas ou quìmicas; 10) perspectiva: ilusâo tridimensional
provocada pela organizaçâo das linhas numa superfìcie bidimensional;
11) composiçâo: refere-se Ç disposiçâo visual dos elementos; 12)
equilìbrio: ë a interaçâo balanceada dos componentes visuais.
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Diferencial:
quando diferenciamos um elemento da fotografia sobre os demais, selecionando-o
como ponto de maior nitidez dentro do quadro. |
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Profundidade
de campo:
diferença entre os pontos pr�ximos e distantes presente num foco aceitadamente
nìtido na fotografia. A profundidade de campo varia com a abertura
da lente, com a disténcia focal e com a disténcia entre a cémera e
o objeto. |
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Contextualizando
a obra de Esko Männikkö
Propicie a discussão
com os alunos sobre o contexto social, geográfico e cultural
da obra de Esko Männikkö; com o auxílio de uma mapa
do continente europeu, procure situar a Finlândia.
O menino escorado
na parede, com suas diversas cores e vários materiais, já
desgastados pela ação do tempo, se deixa retratar pelo
fotógrafo em suas roupas do dia-a-dia: calção do
time do Palmeiras (seu time do coração?) e uma camiseta.
A roupa do garoto, utopicamente, revela um mundo de sonho e fantasia,
inacessível e distante do qual ele próprio vive. Seu olhar
inquiridor, atento à lente e ao fotógrafo, atravessa a
superfície da própria fotografia, retornando para a realidade
em que vivemos.
Realidades de
vida e de arte estão presentes na obra do finlandês Esko
Männikkö. Ele tornou-se conhecido como o fotógrafo
do Norte Nórdico que retrata os indivíduos em suas pequenas
casas em locais remotos e distantes envoltos na natureza, sob uma luz
que reconhece a escuridão e uma rica escala de tons que ressalta
esse cenário de vida.
Esko Männikkö
mostrará em São Paulo uma série de panoramas de
2 a 5 metros de diâmetro cada, suspensos a partir do teto. Panoramas
fotográficos que incluem fotos feitas na Finlândia, no
Texas, na Alemanha e no Brasil. Em São Paulo, foi atraído
mais profundamente pelas pessoas, que retratou em suas fotos, que pela
paisagem da cidade.
As múltiplas
possibilidades de representação: análise da obra
de Seydou Keita e de Esko Männikkö
A linguagem fotográfica,
especialmente a autoral, permite múltiplas possibilidades de
representação. O conceito de representação
permite a distinção entre a arte e a realidade.
Mostre aos alunos que a arte - mesmo quando tenta copiar a realidade
- é produto de escolhas e de construção formal
emanadas de um determinado contexto social, ou seja, a arte, na verdade,
cria outra realidade, fruto dos valores estéticos e artísticos
de determinada época. Para exemplificar a distinção
entre a representação e a realidade, faça uma análise
iconográfica. Escolha, por exemplo, a figura humana como tema
das artes plásticas e monte um painel colocando as obras de diversos
períodos e correntes artísticas. Em seguida, peça
para os alunos identificarem as diferentes formas de representar as
pessoas. A comparação visual permitirá a eles compreenderem
concretamente a distinção entre o "real" e a
"representação do real".
Depois dessa reflexão,
procure identificar algumas semelhanças e diferenças entre
a obra fotográfica de Esko Männikkö e de Seydou Keita.
Essa análise ratificará, de forma específica, que
há diferentes possibilidades de representação em
função dos diferentes contextos sociais. Algumas semelhanças
podem ser detectadas: a) ambos optam pelo plano geral e pela profundidade
de campo, integrando a figura humana com o ambiente; b) há uma
preocupação nítida em estabelecer relações
compositivas entre a figura e o fundo: os motivos estampados, as formas
e as cores das roupas servem de referência para a escolha do fundo
das obras; c) as pessoas são representadas sérias; d)
a posição das figuras integra-se à organização
da composição; e) há uma opção pelas
classes sociais, embora sejam distintas; f) há ainda a preocupação
em relacionar os contrastes entre o claro e o escuro e as cores harmoniosamente.
As principais
distinções são: a) Keita realça a beleza
da mulher africana, acentuando as jóias e a maquiagem e ressaltando
o sentido de modernidade, enfatizando os sapatos e sandálias,
as bolsas de mãos e os objetos eletrônicos. Männikkö,
por sua vez, destaca a figura masculina e a simplicidade das vestimentas;
b) ambos preocupam-se com a classe social; entretanto, Keita retrata
as pessoas pertencentes à classe social economicamente privilegiada
e vinculadas ao Islamismo. Männikkö retrata as pessoas de
uma classe social marginalizada; c) Keita opta pelas fotos em preto-e-branco,
explorando as várias tonalidades, enquanto Männikkö
prefere as fotos coloridas e explora as cores análogas e complementares;
d) O moderno e o tradicional são justapostos na obra de Keita,
enquanto Männikkö realça apenas as relações
temáticas, formais e colorísticas; e) Keita é influenciado
pelos valores culturais de Bamako, capital de Mali, país africano,
enquanto Männikkö busca relacionar-se com o contexto de outros
países, no caso o Brasil; f) Keita é um fotógrafo
de estúdio. Männikkö fotografa ao ar livre.
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5.
A linguagem fotográfica
Barthes:
"Com a fotografia, a imagem captada pelo olhar pode ser eternizada
e o acontecimento ressuscitado. A fotografia permite, ainda, o resgate
do instanténeo acontecido e a reproduçâo infinita de determinado
acontecimento, ou seja, ela repete mecanicamente o que nunca mais
poderž repetir-se existencialmente". Berger: "A fotografia nâo s�
representa a realidade, como tambëm a cria e, finalmente, ë capaz
de distorcer nossa imagem do mundo representado". Santaella: "Sem
deixar de estar submetida Ç aderència tirénica do referente, o real
que nela se cola, a fotografia ë tambëm capaz de transfigurž-lo.
Ela ë registro, traço, porëm, ao mesmo tempo, ë capaz de mostrar
a realidade como jamais havia sido vista antes. Fotografia ë vestìgio,
mas tambëm revelaçâo. E esse poder revelat�rio estž jž inscrito
de tal forma na pr�pria natureza da imagem fotogržfica que basta
o flagrante da cémera para que as coisas adquiram um caržter singular,
o aspecto diferente que as coisas tèm quando fotografadas".
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6.
A arte e a realidade
Santaella:
"A imagem fotográfica reproduz a realidade por (aparente)
semelhança, ao mesmo tempo que tem uma relação
causal com a realidade devido às leis da óptica".
Barthes: "A foto, ao contrário da pintura, remete
não somente a um objeto 'possivelmente real', mas também
a um objeto 'necessariamente real', e não se pode negar que
o 'objeto exista'. A foto é uma 'emanação do
referente' e testemunha um 'aconteceu assim'".
Lindekens: "A imagem fotográfica é uma
mensagem multicodificada. Ao lado da verdadeira informação
icônico-fotográfica, a foto transmite outras mensagens
que já apresentam suas próprias codificações
'biosociais', 'psicosociais', simbólicas, retóricas
ou lingüísticas no nível da realidade apresentada
(da analogia referencial), assim como da verbalização
da imagem independente da fotografia".
Frederico Morais: "... A fotografia atende nossa necessidade
de realismo, de nos envolvermos visceralmente com o real, ou quem
sabe, apenas atende a nossa má consciência social".
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7.
Männikkö
Tornou-se
conhecido como o fot�grafo do Norte N�rdico por causa das suas fotos
que registram os indivìduos em suas casas, em locais remotos e em
meio Ç natureza enevoada. Männikk• explora em suas obras as cores,
as texturas, as relaç§es formais e o contraste entre luz e sombra.
A figura humana estž presente em algumas obras dividindo, integrando
ou contrapondo-se Ç cena. Hž, de alguma forma, uma relaçâo de complementaridade
ou similaridade do que estž representado em primeiro plano com o
que estž no fundo ou em segundo plano. Essa relaçâo de complementaridade
ou semelhança faz o espectador perceber que o artista optou por
um critërio sutilmente selecionado e esteticamente articulado.
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Encaminhamento para
o fazer artístico
Propor aos alunos
que construam, individualmente ou em grupos, alguns trabalhos a partir
dos seguintes encaminhamentos:
1a proposta: usando
máquina fotográfica (que pode ser única, no caso
de poucos recursos), cada aluno ou um dos alunos de cada grupo deve
fotografar pessoas da comunidade, buscando relacionar a estampa
ou a forma das roupas com o que está no segundo plano, estabelecendo
alguma relação estética e artística. Caso
não seja possível conseguir uma máquina fotográfica,
peça aos alunos que tragam de casa imagens fotográficas
de revistas e jornais ou cópias de fotografias. Sobre uma folha,
o aluno deve compor um cenário para essas fotos, utilizando-se
da técnica mista;
2a proposta: empregando
a técnica mista, faça uma releitura apropriando-se, de
forma crítica, das figuras representadas por Männikkö
e por Keita;
3a proposta: crie
uma instalação ou uma performance que estabeleça
alguma relação entre figura e fundo. Após a execução
das atividades, solicite aos alunos que reflitam sobre o que foi produzido.
Esse processo de produção/reflexão subsidiará
a avaliação e a compreensão dos alunos, principalmente
sobre a obra de Männikkö e de Keita.
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Glossžrio
Arte pop: movimento artístico que usa elementos visuais criados
pela tecnologia industrial. Aboliu a fronteira entre arte culta e os ícones
de comunicação e consumo de massa ao explorar as imagens que,
até o início dos anos 60, não eram consideradas dignas
da "grande arte".
Artes visuais:
as artes visuais compreendem aquelas formas artísticas que se manifestam
pelas imagens e são percebidas pela visão. As artes visuais
abrangem três subáreas: artes plásticas, artes gráficas
e meios eletrônicos.
Desfoque: é
a falta de foco.
Fotografia de autor
ou artística: fotografia concebida a partir do universo pessoal
do autor, em geral mais subjetiva, que discute as características
da linguagem fotográfica, suas especificidades estéticas
e artísticas.
Fotografia documental:
fotografia comercial que se preocupa com a documentação
e com o registro de eventos sociais e pessoais.
Fotojornalismo:
fotografia inserida no contexto jornalístico. Tem características
descritivas, baseando-se na narrativa de fatos e acontecimentos, podendo
servir de ilustração ou complemento ao texto ou ainda de
base de uma matéria.
Futurismo:
movimento artístico e literário que se expandiu, no começo
do século XX, principalmente na Itália e na França.
Cultuava a máquina e a velocidade, rejeitando a arte do passado
e reivindicando a destruição dos museus. Representava figuras
e objetos em movimento.
Grande Plano Geral
(GPG): é o enquadramento em que o ambiente é o elemento
primordial e o elemento humano é apenas um elemento na paisagem.
Reforça a importância da localização geográfica
do sujeito, aludindo ao envolvimento ou domínio do sujeito pelo
ambiente.
Iconográfica:
relativo à iconografia, que é a representação
por meio de imagens/ícones. Refere-se à descrição
e classificação das imagens. Trata do tema ou mensagem das
obras de arte.
Instalação:
gênero de obra de arte que explora uma idéia ou um conceito
por intermédio da utilização de diversos suportes,
meios e linguagens diferentes, compondo um ambiente que pode ser percorrido
pelo espectador e explorado em vários sentidos.
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Performance:
gênero artístico que explora teatralmente o corpo como suporte
da obra de arte, consistindo numa ação cuidadosamente planejada,
que atrai a atenção para o artista e os materiais que ele
utiliza para chocar o público.
Plano de Detalhe
(PD): é o enquadramento que isola uma parte do sujeito. Propicia
visão ampliada de um detalhe que, geralmente, não percebemos
com minúcia. Pode chegar a criar formas quase abstratas.
Plano Geral
(PG): é o enquadramento em que o ambiente ocupa uma menor parte
do quadro, dividindo o espaço com o sujeito. Situa a ação
e o homem no ambiente em que ocorre a ação. O PG é
necessário para localizar o espaço da ação.
Plano Médio
(PM): é o enquadramento em que o sujeito preenche o quadro - os
pés sobre a linha inferior, a cabeça encostando na superior
do quadro, até o enquadramento cuja linha inferior corte o sujeito
na cintura.
Primeiro Plano
(PP): é o enquadramento do sujeito destacando seu semblante. Preocupa-se
com a emoção da fisionomia.
Releitura:
atividade que consiste em criar uma composição, tendo como
referência explícita ou implícita outro trabalho já
produzido anteriormente.
Representação:
capacidade de evocar mediante um signo ou uma imagem simbólica
o objeto ausente ou a ação ainda não consumada (Piaget).
No caso das artes, contempla as várias possibilidades de exploração
das formas, das cores e dos temas.
Bibliografia
BARTHES, Roland. "A câmara clara". Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1984.
BERGER, Arthur Asa. "Signs in contemporary culture". New York:
Longman, 1984.
LINDENKENS, René. "Éléments pour une sémiotique
de la photographie". Paris: Didier, 1971.
MORAIS, Frederico. "Arte é o que eu e você chamamos arte:
801 definições sobre arte e o sistema de arte". Rio de
Janeiro: Record, 1998.
PIAGET, Jean. "O nascimento da inteligência na criança".
Rio de Janeiro: Zahar, 1982. |