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Como? (Quando?
Onde?)
Olhando atentamente
Este percurso
educativo foi elaborado para que o professor propicie a seus alunos,
a partir da construçâo do olhar atento, o desenvolvimento do conhecer,
refletir, imaginar, sonhar e criar, tendo como ponto de partida esta
foto da sërie "Yanomami", de Claudia Andujar1,
ou sua reproduçâo.
O ato de aprender
a partir das obras de arte ë desenvolvido relacionando o olhar a princìpios
estëticos, ëticos e hist�ricos, conjugando quatro processos bžsicos:
prestar atençâo ao que estamos vendo (descrever), observar o comportamento
do que estamos vendo (analisar), atribuir significado ao que estamos
vendo (interpretar) e responder pržtica e poeticamente ao que estamos
vendo (criar).
Sendo assim,
peça a seus alunos para, diante da imagem de Claudia Andujar, se colocarem
as seguintes quest§es:
O que estou vendo?
Quem fez esta imagem?
Qual o meio utilizado
para criar esta imagem?
Sou capaz de compreender
esta imagem e os significados que ela traz consigo?
Será que percebo
os significados que acrescento à ela?
Qual a importância
de conhecer esta imagem?
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1.
Claudia Andujar
"... Convivendo com os ianomémis, porque com eles comprometeu
sua vida desde os anos 70, Claudia Andujar constituiu um acervo
de milhares de imagens, nas quais se fixaram a descoberta de um
povo e, com ela, a possibilidade de redescobrimento do mundo (...).
As fotos de 'Yanomami' nâo mostram os ìndios e seu hžbitat, sua
cultura e seus rituais. Claudia Andujar nâo documenta, mas tampouco
faz fotografia 'de arte'. Recusando-se a tomar os ianomémis como
objeto antropol�gico, jornalìstico ou artìstico, recusando a pr�pria
relaçâo sujeito-objeto, a fot�grafa foi ao encontro do outro. E,
se suas fotos sâo de uma precisâo rara e de uma beleza önica, isso
se deve Ç pr�pria natureza do encontro e do registro do acontecimento
(...). Se nâo hž documento nem 'arte', de que se trata entâo? 'Minha
relaçâo com os ianomémis, fio condutor de minha trajet�ria de fot�grafa
e de vida, ë essencialmente afetiva', diz Claudia Andujar. A observaçâo
merece destaque, pois fornece a chave para a percepçâo das imagens
como experiència pura. Com efeito, se o espectador percorrè-las
atento Çs afecç§es que elas contèm e provocam, serž absorvido pelos
movimentos que conduzem sucessivamente a artista Ç casa, Ç floresta
e ao invisìvel" (SANTOS, 1998, 5.9).
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Claudia
Andujar :
(Neuchétel, Suìça, 1931): radicada no Brasil desde 1957. Os principais
temas abordados em seu trabalho fotogržfico sâo ensaios fotojornalìsticos
sobre a vida do povo brasileiro em seu cotidiano e os povos indìgenas
da Amaz–nia, com destaque para o povo ianomémi (AM e RR). |
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Conversando
sobre o outro
O artista dž forma a idëias, valores e sentimentos. Ele cria atravës
de "quem ele ë", e n�s respondemos atravës de "quem somos", num processo
de interpretaçâo.
Claudia Andujar declara:
"Ï atravës da imagem do Outro que cheguei a me conhecer e cheguei a entender
o amor que nutro pela vida; a angöstia de poder penetrar e captar o ser
em seu ìntimo; uma imagem que acaba de se refletir em mim".
A partir dessas colocaç§es,
o professor pode introduzir as seguintes reflex§es:
Para cada um de nós
quem são os outros?
O que é ser o
outro?
Nós podemos existir
sem o outro?
Como nós lidamos
com o outro em nosso cotidiano?
O que pensamos a respeito
dos índios2?
O que conhecemos sobre
os índios? |
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2.
Índios
"A categoria ìndio s� se define por oposiçâo aos brancos (...)
abrange populaç§es muito diferentes entre si, seja do ponto de vista
fìsico, seja do ponto de vista lingÆìstico, seja do ponto de vista
dos costumes. Para tornar inteligìvel tal diversidade, os estudiosos
tèm tentado ordenž-la atravës de classificaç§es, que tèm sido realizadas
sob diferentes critërios de (...) diversidade biol�gica, (...) diversidade
lingÆìstica e (...) diversidade de costumes" (MELATTI, 1983, 31).
"A etnologia, em seus estudos sobre o ìndio brasileiro, nâo
se vale apenas das classificaç§es lingÆìsticas, mas tambëm de classificaç§es
de cunho mais nitidamente etnol�gico, como sâo as divis§es em žreas
culturais. Uma žrea cultural ë uma regiâo que apresenta uma certa
homogeneidade quanto Ç presença de certos costumes e de certos artefatos
que a caracterizam" (MELATTI, 1983, 41).
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Etnologia:
ramo da antropologia, que estuda as diferentes etnias. |
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A
imagem do índio
Ap�s as discuss§es e investigaç§es, sempre tendo como referència a obra
de Claudia Andujar, o professor pode sugerir que os alunos façam uma pesquisa
sobre como os ìndios foram representados ao longo da Hist�ria pelos artistas
brasileiros e estrangeiros nas artes visuais, na mösica, na literatura,
no teatro, no cinema, na televisâo, nas hist�rias em quadrinhos etc. O material
reunido pode ser montado na forma de um painel que exponha as conclus§es
da classe, fornecendo referèncias para sua avaliaçâo. Ï importante apontar
a relaçâo entre arte e atuaçâo polìtica na obra desta artista, mostrando
a atualidade da demarcaçâo das terras indìgenas, por meio da discussâo da
frase "muita terra para pouco ìndio?3", encontrada entre
as inömeras opini§es sobre o assunto nos jornais.
Com a crescente organizaçâo
das comunidades indìgenas brasileiras em sua interaçâo com o paìs, podemos
encontrar em bibliotecas atualizadas uma quantidade significativa de livros
produzidos a partir de depoimentos de ìndios, ou criados por eles mesmos,
em que escrevem e desenham como se percebem e em que "o outro" somos "n�s".
Esse tipo de informaçâo pode criar um contraponto interessante com os resultados
da pesquisa anterior. |
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3.
Muita terra para pouco índio?
"Os ianomémis sâo um povo n–made que utiliza diariamente
uma žrea de trinta quil–metros de diémetro para caçar, pescar, colher
frutos e matërias-primas para o artesanato. Por isso, a reduçâo
do territ�rio em dezenove žreas estanques e a objeçâo das autoridades,
segundo as quais 'exige-se demasiada terra para poucos ìndios',
representam na realidade grave ameaça Ç sobrevivència fìsica e cultural
deste povo. O caso ë que a estratëgia de todos os governos brasileiros
sempre foi a de 'domesticar' os ìndios isolados para impor-lhes
os espaços, os tempos e os modos de vida menos onerosos para a naçâo.
(...) O conceito ianomémi de floresta contëm, entre outras coisas,
a idëia de lugar a que se pertence (urihi, na lìngua ianomémi),
e isto deixa transparecer o conforto e a proteçâo de um ambiente
familiar. (...) A floresta fornece a colheita e a caça. Esta ë reservada
aos homens, individualmente ou em grupo, Çs vezes programada para
fins de armazenamento ou em vista de rituais. A caça individual
ë praticada durante o ano inteiro; a coletiva, na estaçâo da seca,
envolvendo os membros de uma s� aldeia, eventualmente tambëm os
h�spedes, durante visitas prolongadas. Cada grupo necessita de,
pelo menos, um raio de dezesseis quil–metros para poder prover a
carne necessžria. (...) Os ianomémis cultivam mandioca, macaxeira,
pupunha, cana, batata-doce, carž, taioba, pimenta, papaia, abacaxi,
tabaco, urucu e vžrios tipos de banana que, junto com a mandioca,
formam sua alimentaçâo bžsica. Cultivam tambëm algodâo, carauž,
bambu e outros vegetais dos quais utilizam folhas, sementes e fibras
para o artesanato, para adornar o corpo e nos rituais mžgico-sacrais"
(EUSEBI, 1990, 80-89).
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Nômade:
Indivìduo ou povo errante, que se desloca sem fixar morada em busca
dos suprimentos e condiç§es necessžrias Ç sua sobrevivència. |
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Os
ianomâmis
Os ianomémis habitam
o territ�rio que abrange žreas dos estados de Roraima e do Amazonas
e da Venezuela. Em 1988, sua populaçâo estimada era de 9.975 indivìduos
no Brasil e 15.193 indivìduos na Venezuela. Cada cultura indìgena nos
apresenta a atualizaçâo de uma tradiçâo ancestral, compartilhada pelos
demais membros de sua famìlia lingÆìstica.
Cada cultura
indìgena apresenta tambëm uma versâo pr�pria das idëias e dos costumes
conhecidos por meio do contato com outras populaç§es (TASSINARI, 1995,
472).
Oriente seus
alunos a fazer uma pesquisa a respeito dos ianomémis4,
comparando-os no modo de vestir, na alimentaçâo, na arquitetura, na
celebraçâo, nas brincadeiras, nos utensìlios, nos rituais e nas crenças
com outros grupos de outras etnias que jž tenham estudado. Outra sugestâo
ë comparar esses hžbitos com os dos diversos grupos presentes na comunidade
em que seus alunos vivem, aumentando seu conhecimento e sua compreensâo
das diferenças e semelhanças culturais (por exemplo, quais os rituais
religiosos5 ligados Ç morte praticados pelos familiares
dos estudantes).
Essa comparaçâo
pode ser feita na forma de uma pesquisa que inclua textos, imagens e
reproduç§es de fotos, produzidas ou coletadas pelos alunos. O material
reunido pode ser montado em um painel que exponha as conclus§es do grupo,
fornecendo referèncias para sua avaliaçâo. Na discussâo com a classe,
procure criar condiç§es para que os alunos percebam que hž diferentes
modos de viver, que esses modos se modificam com o tempo e que a preservaçâo
deles estž intimamente ligada Ç pr�pria sobrevivència6
dos grupos que os praticam.
Chame a atençâo
dos alunos para a forma como a fot�grafa organizou as vinte imagens
que selecionou para sua instalaçâo no espaço desta XXIV Bienal. Dessa
forma, eles terâo uma referència, para seguir ou se contrapor, sobre
as possibilidades de articular um conjunto de imagens de modo significativo.
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4.
Ianomâmis "Os
ianomémis constituem o maior grupo indìgena ainda em parte isolado
da sociedade 'civilizada', incluindo comunidades dispersas que nunca
mantiveram contato com os brancos. Ï um dos öItimos povos geneticamente
'puros'. Geralmente, cada aldeia ë composta de uma grande maloca
(shabono, na lìngua ianomémi), onde vivem vžrias famìlias, unidas
por vìnculo de parentesco. O nömero de habitantes de cada aldeia
pode variar entre trinta e 150 indivìduos. A maloca tem um
diémetro de aproximadamente vinte metros por dez de altura. As aldeias
vizinhas formam grupos locais, que mantèm entre si relaç§es sociais
e rituais freqÆentes, com constantes contatos, troca de bens e alianças
matrimoniais." "Ao redor da aldeia, os ìndios utilizam uma žrea
para o cultivo da terra. Essa zona nâo ë somente um espaço de subsistència,
ë tambëm resultado da produçâo coletiva, uma fonte de integraçâo
social que vai do trabalho de muitas mâos aos encontros amorosos,
legìtimos ou fortuitos. Cada famìlia possui seu pr�prio lote. Os
homens desmatam uma pequena žrea de floresta que ë queimada durante
o perìodo da seca. Em seguida, limpam e cultivam o terreno. Âs mulheres
compete colher os produtos, transportando-os em grandes cestos que
chegam a pesar, cheios, atë mais de sessenta quilos" (EUSEBI, 1990,
80-89).
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Maloca:
habitação indígena que aloja várias famílias. |
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5.
Rituais religiosos
"A
morte ë um elemento fundamental da cultura e da tradiçâo
ianomémi. Os ìndios nâo podem falar de seus mortos. O corpo do membro
da comunidade morto ë posto em posiçâo fetal, envolvido em sua pr�pria
rede e conservado numa caixa de madeira suspensa entre duas žrvores,
na floresta. Todos choram. Os parentes mais pr�ximos cortam os cabelos
do defunto, enquanto as mulheres pintam-lhe o rosto com uma tinta
vegetal preta. Os pertences do defunto sâo destruìdos, assim como
os pequenos refögios que ele utilizava para pernoitar durante as
caçadas e suas plantaç§es cultivadas em vida. Quando o corpo entra
em decomposiçâo, os ossos sâo triturados num pilâo de madeira construìdo
especialmente para o ritual. Os restos sâo em seguida recolhidos
numa cesta que ë queimada no centro da maloca e as cinzas sâo guardadas
pelos parentes numa moranga. Sâo ainda organizadas algumas cerim–nias
(rehao), durante as quais uma parte das cinzas ë sepultada no local
onde a famìlia do defunto prepara a fogueira e uma parte ë dissolvida
no tradicional pirâo de banana e consumida por todos os parentes,
para absorver os dons e a força do morto e para permitir a seu espìrito
continuar vivendo sobre a terra" (EUSEBI, 1990, 80-89).
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Cultura:
conjunto dos valores espirituais e materiais caracterìsticos de uma
sociedade. |
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Joseph
Beuys :
(Krefeld, Alemanha, 1921 - DÆsseldorf, Alemanha, 1986): artista e
professor alemâo. Em 1943, sobreviveu Ç queda de seu aviâo nas estepes
russas graças aos cuidados do povo local, que o aqueceu com gordura
animal, o mesmo material que usarž em vžrias de suas esculturas por
sua forte conexâo humana. |
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6.
Sobrevivência
"Para
entender a natureza da obra de Claudia Andujar dentro da arte contemporénea
vale a pena evocar a de Joseph Beuys. Piloto da Luftvaffe atë que
seu aviâo caiu em 1943 na Crimëia, Beuys, gravemente ferido, foi
socorrido pelos tžrtaros e tratado por seus xamâs. O epis�dio foi
decisivo em sua vida, em sua opçâo pelo trabalho artìstico e em
sua pr�pria concepçâo da arte, que ele fundia com a vida. Como o
artista alemâo, Claudia Andujar tambëm encontra os ianomémis na
condiçâo de sobreviventes de um desastre. Judia, tivera seu pai
e toda a famìlia paterna exterminados nos campos de concentraçâo.
Mais do que um simples trauma, Auschwitz teve um impacto devastador
na sensibilidade e na consciència contemporéneas, que Primo Levi
dolorosamente apontou e ainda nâo foi totalmente compreendido por
n�s. Era essa herança familiar e hist�rica que Claudia Andujar trazia
consigo quando encontrou os ianomémis. E, assim como Beuys teve
sua vida salva pelos tžrtaros, tambëm ela foi 'curada' pelos ìndios:
com os ianomémis abria-se a possibilidade efetiva de voltar a acreditar
na humanidade. Ora, esse bom encontro decisivo estrutura o eixo
de seu trabalho e de sua vida e transpira em todas as fotos, bem
como em sua incansžvel luta em prol dos ianomémis. Sobrevivente
de um genocìdio, a artista compreendeu que os pr�prios ianomémis
estavam ameaçados de genocìdio, em meio Ç indiferença geral da sociedade
brasileira. Engajou-se entâo na luta em sua defesa, Ç frente da
Comissâo pela Criaçâo do Parque Yanomami (CCPY), que teve um papel
crucial na demarcaçâo do territ�rio em 1992" (SANTOS, 1998, 5.9).
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Conversando
sobre fotografia
Introduza algumas quest§es para iniciar uma discussâo com seus alunos
sobre a natureza da fotografia:
O que é uma
fotografia?
Como é feita?
Quando a fotografia
foi inventada?
O que é mais
realista, uma fotografia ou uma pintura?
Fotografar pode ser
uma forma de arte? Po que sim? Por que não?
Qualquer fotografia
pode ser considerada uma obra de arte?
Quais os outros usos
da fotografia você conhece?
A partir do debate,
inicie com os alunos uma pesquisa sobre a hist�ria da fotografia, procurando
reunir exemplos de obras de fot�grafos/artistas como referència para
os alunos perceberem as possibilidades expressivas da linguagem fotogržfica.
As imagens e os textos reunidos tambëm podem ser montados como um painel
para expor essa pesquisa para a escola.
Interferências
na imagem fotográfica
Claudia Andujar faz c�pias coloridas de suas fotografias, em seguida
as refaz em preto-e-branco, retrabalha um novo colorido e entâo fotografa
novamente os resultados.
Converse com
seus alunos sobre os processos de manipulaçâo de imagens fotogržficas7,
diferenciando as formas tradicionais de criaçâo de uma fotografia das
imagens que podem ser obtidas alterando-se as fotografias por meio do
desenho, da pintura, da colagem, da computaçâo gržfica etc. (assista
e comente com os alunos como foi realizado o filme "Forrest Gump", em
que os recursos da computaçâo gržfica permitem que o ator Tom Hanks
contracene com personalidades que nunca encontrou realmente, como John
Lennon. O filme pode ser um meio de se iniciar uma conversa sobre o
quanto esses procedimentos de manipulaçâo de imagens jž estâo presentes
em nosso dia-a-dia).
Proponha aos
alunos que tragam uma fotografia colorida. Pode ser uma fotografia qualquer
que tenha despertado seu interesse, tirada ou nâo por eles, ou pode
ser sugerido um tema, como "brincadeiras" ou "rituais de iniciaçâo8".
Faça de cada imagem très c�pias em preto-e-branco, ampliadas para o
tamanho A3 (o dobro do tamanho de uma folha de papel ofìcio).
Oriente os alunos
para que retrabalhem essa imagem com diferentes cores e texturas, utilizando
tinta ou pastel, ou outros materiais que propiciem a cobertura necessžria
sobre a c�pia (recomendamos testar os materiais antes de realizar a
proposta).
Os trabalhos
produzidos podem ser expostos junto Ç fotografia original trazida pelo
aluno, e o professor pode comentar os resultados com o grupo e estabelecer
relaç§es de contrastes e de semelhanças com a poëtica de Claudia Andujar.
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Glossžrio
Alteridade: o que se refere ao outro.
Apreciação:
1. Ato ou efeito de apreciar (dar apreço, merecimento a, estimar,
prezar, julgar, avaliar, ponderar, examinar, considerar, calcular, estimar,
avaliar...).
2. Conceito, julgamento, opinião. 3. Análise, exame.
4. Reconhecimento de uma idéia ou de um fenômeno.
Interpretação:
ato de estabelecer conexões entre o sujeito e o que se apresenta
como novo.
Meio: este
termo integra as técnicas e materiais escolhidas pelo artista para
criar sua obra. Técnicas: o desenho, a pintura e a fotografia.
Materiais ou instrumentos: o lápis, a tinta, a máquina e
o filme fotográfico. Suportes: o papel, a tela de linho e o papel
fotossensível.
Olhar: contemplar,
observar, examinar, estudar, sondar, pesquisar, atentar ou reparar em.
Poética:
relativo à linguagem pessoal de cada artista.
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Bibliografia
BARBOSA, Ana Amália. "Afogando em arte". São Paulo:
ECA/USP, 1998. (Datilografado.)
BARBOSA, Ana Mae. "Tópicos utópicos". Belo Horizonte:
Editora C/Arte, 1998.
BRANDÃO, C.R. "Identidade e etnia". São Paulo: Brasiliense,
1986.
CLARKE, Graham. "The photograph". New York: Oxford University
Press, 1997.
EUSEBI, Luigi. "A barriga morreu: o genocídio dos Yanomami".
São Paulo: Loyola, 1990.
HERKENHOFF, Paulo. "A espessura da luz: fotografia brasileira contemporânea".
MELATTI, J.C. "Índios do Brasil". São Paulo: Hucitec,
1993.
RIZZI, Christina. "Beyond artifacts: museum, art and education".
São Paulo: Museu de Arqueologia e Etnologia USP, 1998. (Datilografado.)
RIZZI, Christina, CURY, Marilia, DORTA, Sonia. "Além da beleza:
roteiro de apreciação". São Paulo: Museu de Arqueologia
e Etnologia/USP, 1998.
SANTOS, Laymert Garcia dos. A experiência pura. "Folha de S.Paulo",
Caderno Mais, 16 ago. 1998.
SESC - Serviço Social do Comércio. "Olho vivo: uma proposta
de arte-educação/Labirinto da moda: uma aventura infantil.
São Paulo: Sesc Pompéia, 1996. (Folder.)
TASSINARI, A.M.I. Sociedades indígenas: introdução
ao tema da diversidade cultural. In: Silva, Aracy L. da, Grupioni Luis D.
(Orgs.). "A temática indígena na escola: novos subsídios
para professores de 1o e 2o graus". Brasília: MEC/Mari/Unesco,
1995.
THOMAZ, O.R. A antropologia e o mundo contemporâneo: cultura e diversidade.
Silva, Aracy L. da, Grupioni Luis D. (Orgs.). "A temática indígena
na escola: novos subsídios para professores de 1o e 2o graus".
Brasília: MEC/Mari/Unesco, 1995. |